quinta-feira, 10 de abril de 2014

Rim do à toa!

Minha irmã, já morta, era insuficiente renal crônica e nem tinha mais os rins após agravamento de seu quadro. Por problemas passados, seu sistema imunológico criou muitos anticorpos, o que praticamente a torna incompatível com doadores vivos e mesmo mortos. Por esse motivo ela entrou em um novo tratamento, chamado plasmaférise, que reduzia sua imunidade para facilitar a busca de doadores compatíveis. Eu era o único que poderia doar clinicamente, mas por ser diabético, fui sempre recusado pelos nefrologistas e cirurgiões no Brasil por alguns motivos. Um deles é que poderia vir a ter problemas renais no futuro pela minha doença, o que chamamos de problema técnico apesar de não clínico (chamo de poder da estatística, previsão do futuro, profetização ou mesmo chute). O segundo foi a legislação brasileira que imputa ao cirurgião do transplante, a responsabilidade por futuros problemas que um doador venha a ter e não permite essa decisão ao possuidor do órgão. Em países mais avançados, como Estados Unidos e Espanha, o doador é quem decide e é responsável por seus órgãos, dessa forma, são donos dos seus corpos. Mas aqui em nosso país, só os à toa, usuários de drogas, alcoólatras, assassinos (sempre protegidos pelos "direitos" dito humanos) podem decidir quem morre e quem vive. Assim, por dois fatores estapafúrdios, a legislação e o cirurgião ao invés do corpo clínico, "decidiram" pela minha vida em detrimento da de minha irmã, mesmo contra minha vontade de doar. E confesso não só querer fazê—lo por amor à ela, mas também por ser meu direito decidir o que fazer com meus órgãos, como decidem os anormais citados acima. Por esse motivo, vou propor a mudança de nossa lei, que pune o humano que quer ajudar o outro ao invés de políticos corruptos (esses sim vivem rindo a toa da gente), criminosos ediondos e traficantes e usuários  de diversas drogas que acabam por financiar vários outros crimes...

Marcelo Sant'Anna é um doador que só poderá doar depois de morto ou após mortos todos aqueles para quem doaria por amor e vontade.

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